"Erich Fromm (1900-1980) pensa as disposições existênciais 'Ser' e 'Ter' como os impulsores das ações humanas, e o eixo simbólico que gera as nossas valorações, de modo que tanto a história das civilizações como a condição humana podem ser analisadas por tais perspectivas.
Para Fromm, o modo 'Ser' da existência é aquele em que não se tem nada, nem se anseia por ter alguma coisa, senão o emprego das faculdades de forma produtiva e alegre, numa identificação com o mundo. Pela disposição 'Ser' podemos compreender, então, uma abertura qualitativa do indivíduo em favor da compreensão da diferença e da singularidadede cada pessoa ou coisa, havendo assim o respeito intrínseco à pluralidade dos indivíduos e à própria natureza circundante.
Já no 'Ter' da existência, meu relacionamento com o mundo é de domínio e posse, em que quero que tudo e todos, até eu mesmo, sejam minha propriedade.
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A incapacidade de amar profundamente a pessoa do outro faz que, na civilização do 'Ter', o indivíduo vislumbre no consumismo a conquista de um fugaz bem-estar. O ato de se adquiri objetos se torna uma vávula de escape para as tensões cotidianas."
Da Revista : Filosofia n° 40 - páginas 47 a 53
Da Revista : Filosofia n° 40 - páginas 47 a 53
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