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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Verdade Histórica - O que siginificava a palavra demônio!

                 Significado de Daemon/Daimon

      "O termo grego daimon, plural daimones, do qual derivam o latim dæmon e o português "demônio", refere-se a vários tipos de entidades intermediárias entre os deuses e os mortais, incluindo deuses menores, espíritos de heróis do passado e também protetores e inspiradores pessoais de cada indivíduo, aproximadamente equivalentes aos gênios dos romanos e também "anjos da guarda" (e também aos "demônios tentadores") do cristianismo.

     Etimologicamente, a palavra daimon deriva do proto-indo-europeu *da- ou *da?, "dividir", "repartir", com o sentido de um ser que "reparte o destino dos humanos". É cognato de demos, povo (divisão da sociedade) e geodesia (divisão da terra). É uma idéia similar à das fadas do folclore europeu, que também "repartem o destino" dos personagens (como no conto da Bela Adormecida).

                                    Os daimones na antropologia evolucionista
     A antropologia evolucionista do século XIX e início do século XX classificava genericamente como daimones quaisquer espíritos sobrenaturais pouco definidos, associados a um determinado lugar (árvores, pedras, bosques etc.), pessoa ou tribo que eram objeto de algum culto.

Segundo essa concepção, a crença em daimones, ou "polidemonismo" era a forma mais primitiva de religião, que deveria ser sucedida pelo politeísmo (crença em deuses, de personalidade mais definida e concebidos como universais), pelo henoteísmo (crença em um deus acima dos demais) e finalmente pelo monoteísmo (crença em um Deus único).

     O polidemonismo, por outro lado, teria sido precedido pelo animismo, crença generalizada em espíritos que não são objeto de culto sistemático.

                                    O daimon pessoal
Acreditavam alguns gregos, como Sócrates, que cada pessoa tem um daimon ou um daimonion (pequeno daimon) pessoal, um protetor que o inspira e em certos momentos pode praticamente possuí-lo. Nesse aspecto, o daimon pode ser tomado, em termos modernos, como uma representação da intuição e dos aspectos indomáveis do inconsciente capaz de contrariar e mesmo ultrapassar as convenções sociais e o senso comum, para o bem ou para o mal. Essa idéia, análoga à do gênio romano, parece ter inspirado os daemons ou "dímons" da trilogia Fronteiras do Universo, de Philip Pullman.

A crença parece ter-se tornado mais generalizada e importante na época helenística (depois de Alexandre). Dividia-se então os daimones em bons (agatodaimones, kalodaimones ou eudaimones) e maus (cacodaimones). A felicidade e o bem-estar eram identificadas com a posse de um bom daimon (ou "bom gênio", diriam os romanos), ou seja, eudaimonia.

A partir de Alexandre, o daimon pessoal dos grandes reis (e não os próprios, como mais tarde foi entendido, principalmente na era cristã) passou a ser venerado pelo seu povo, freqüentemente de forma obrigatória, provocando resistência dos judeus. O costume foi continuado pelos romanos, a partir de Augusto, como veneração do "gênio" do Imperador, obrigação igualmente rejeitada por judeus e, mais tarde, pelos cristãos.

                                  O demônio de Sócrates
     O filósofo Sócrates, segundo o testemunho de seus discípulos Xenofonte e Platão, dizia seguir a orientação de seu daimonion ou demônio, mesmo quando parecia irracional.

     Na Apologia (versão de Xenofonte), Sócrates explica como formulou a argumentação com a qual se defendeu da acusação de impiedade, pela qual acabou por ser condenado à morte:

Tornara Hermógenes:

     - Não vês que, melindrados com a defesa, fizeram os juizes de Atenas morrer muitos inocentes e absolveram muitos culpados cuja linguagem lhes despertara a piedade ou lhes lisonjeara os ouvidos?

     - Por duas vezes - dissera Sócrates - tentei preparar uma apologia; contudo, a isso se opôs meu demônio.(...)

     - O que mais me surpreende na acusação de Meleto, cidadãos, é ele afirmar eu não admita os deuses do Estado, quando todos vós, inclusive Meleto, tivestes oportunidade de ver-me oferecer sacrifícios em festas solenes e altares públicos. E como pretender que eu introduza excentricidades demoníacas, quando declaro avisar-me a voz de um deus do que deva fazer? Não se orientam por vozes os que tiram presságios do canto das aves e das palavras dos homens? Ninguém refutará seja voz o trovão, e até o maior dos presságios. Pela voz não divulga a pitonisa, sentada na trípode, a vontade do deus? Que esse deus possui o conhecimento do futuro e o manifesta a quem lhe agradar, eis o que afirmo e comigo afirmam e pensam todos. Apenas que a isso denominam augúrios, vozes, símbolos, presságios, eu os denomino demônio. Com esta denominação creio utilizar linguagem mais verdadeira e mais piedosa dos que atribuem às aves o poder dos deuses. A prova de que não minto contra a divindade é esta: nunca, ao revelar a bom número de amigos os desígnios do deus, fui apanhado em delito de impostura."

        

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